Há uma lenda que define o Shih Tzu como sendo o símbolo do amor impossível entre uma princesa chinesa e um mongol (povo predominante no Tibet). Segundo essa lenda, diante da impossibilidade de realizarem o casamento, o casal resolveu cruzar um legítimo representante da China (o Pequinês) com um de Lhasa (capital do Tibet), este seria o Lhasa Apso. Da união das raças surgiu o Shih Tzu, simbolizando tudo o que há de melhor nas duas culturas e o amor entre os dois povos.
A origem precisa do Shih Tzu é bastante longínqua e se perde em meio a lendas. O nome da raça provém do mandarim, dialeto chinês bastante antigo, e significa ‘cão leão’. Acredita-se que os primeiros exemplares da raça tenham sido presentes do Dalai Lama Tibetano ao imperador da China por volta de 1640. No entanto não se tem certeza, realmente, de quais raças contribuíram para seu desenvolvimento em solo chinês uma vez que eram criados praticamente isolados no palácio real.
O desenvolvimento da raça é em grande parte devido ao amor de uma das imperatrizes chinesas (Tsé-hi), que durante toda a vida sempre foi cercada por seus cães. Segundo historiadores da raça, os cães da imperatriz eram mantidos num imenso pavilhão de mármore, cercado por cuidados extremos e tendo à disposição uma legião de eunucos, cuja obrigação era zelar pelo seu bem estar.
Foi a partir de 1928 que os Shih Tzus passaram a fazer parte das ricas casas das famílias abastadas da China e de algumas poucas famílias no ocidente. Nesta época, no entanto, não havia um único nome para a raça. Eram chamados de Lhasa Terrier, Tibetan Poodle ou Caniche Tibetano, Lhasa Dog e até Cão-crisântemo, o que gerou inúmeras confusões entre os criadores e historiadores, uma vez que eram frequentemente confundidos com o Lhasa Apso. Esta confusão só foi solucionada em 1934, quando a Tibatan Breed Association definiu claramente as diferenças entre ambos: o Lhasa Apso deveriam ser mais compridos e com a cana nasal mais longa do que os Shih Tzus.
Com a invasão da China pelo Japão em 1937, a raça praticamente desapareceu de seu país de origem e só não foi completamente extinta graças à atuação dos criadores ingleses, que nos anos 30 tinham importado diversos exemplares. A raça só foi oficialmente aceita pela FCI em 1957 e pelos americanos em 1969, e desde então vem ganhando cada vez mais popularidade, chegando a ser a segunda raça mais registrada no Japão em 1998 e no Brasil, cresce dia a dia.
Personalidade
O Shih Tzu encarna com perfeição o modelo de cão de colo e companhia. Apesar de ser um cão de personalidade forte, e que facilmente domina os seus donos, é, entre os cães de companhia, um dos que mais é afeito a horas de colo e à interação com as pessoas da família, apesar de serem menos ativos do que outras raças do mesmo porte, como os Yorkshire.
Extremamente dóceis e apegados ao contato humano não são do tipo que exige afagos o tempo todo e muitas vezes pode até se mostrar mais independente, como o seu parente Lhasa apso. Por essa característica também são mais aptos a ficarem por mais tempo sozinhos, sem destruir a casa ou latir em excesso.
Apesar de tantas qualidades em termos de relacionamento ‘social, o Shih Tzu está entre as raças menos obedientes de acordo com a classificação do livro ‘A Inteligência dos Cães’, de Stanley Coren, que compara 133 raças. Neste ranking o Shi Tzu ocupa apenas a 70º lugar entre 79 posições. Isso quer que o dono de um Shih Tzu tem que ter bastante paciência caso queira ensiná-lo a obedecer.
Seu relacionamento com outros cães e até mesmo com gatos costuma ser bastante bom.
Com as crianças podem se relacionar muito bem, desde que as crianças não sejam muito rudes e brutas em suas brincadeiras, caso contrário, pode nunca atacá-las ou demonstrar traços de agressividade, mas certamente vai se afastar tanto quanto possível.
Filhote
Os filhotes são bastante brincalhões, mas assim como os adultos não apreciam as brincadeiras mais brutas. No caso das crianças, as brincadeiras com os filhotes devem ser supervisionadas constantemente para que os cães não se machuquem.
Uma vez que escovações farão parte da vida deles, devem ser acostumados desde bem cedo ao ritual de beleza.
O adestramento de obediência deve ser iniciado o quanto antes, já que um Shih Tzu mal acostumado na primeira infância normalmente será um cachorro muito mimado e temperamental quando adulto.
Pelagem
Uma das principais características da raça é sua pelagem abundante e exuberante, que segundo o padrão da raça pode ser de todas as cores.
No entanto, para que se mantenha sempre bonito o Shih Tzu requer cuidados especiais, como escovações diárias, que evitam que os pêlos se embaracem e formem nós. Um dos principais cuidados de manutenção do pelo é que antes dos banhos ele seja desembaraçado, porque após o banho os nós que eventualmente possam Ter sido formados ficam muito mais difíceis de serem removidos.
Para aqueles que não têm paciência de cuidar de pelos longos, a alternativa e manter o Shih Tzu sempre tosado.
Deve-se evitar banhos freqüentes para que o pelo não fique ressecado.
Problemas Comuns à Raça
A saúde do Shih Tzu não costuma exigir muitos cuidados. Mas deve-se Ter cuidados especiais com:
· Problemas oculares, como lacrimejamento contante devido à sua estrutura física (olhos grandes e bastante expostos), conjuntivite e úlcera de córnea. Uma das medidas que é bastante utilizada pelos proprietários para evitar que o próprio pelo machuque o cachorro, é prendê-los numa espécie de ‘chuquinha’
· Otites – principalmente pelo acúmulo de cera facilitado pelo excesso de pelos dentro dos canais auditivos que dificulta a circulação de ar e a limpeza. Para evitar esse problema, deve-se manter os pelos dos ouvidos sempre aparados.
· Alergias e dermatites
· Displasia Coxo-femural – má formação do encaixe entre a bacia e a cabeça do fêmur. Apesar de mais facilmente atingir cães de raças grandes, os Shih Tzu são bastante predispostos a ela.
· Atrofia Progressiva da Retina – causa perda gradual da visão e pode levar à cegueira.
· Alguns estudo apontam uma maior incidência de insuficiência renal. Nestes casos o cão afetado praticamente não bebe água, demonstra apatia e dificilmente urina. Em casos graves, pode levar o cão à morte.